Apesar das atualizações em redes de rádio e migração para o LTE, a indústria de telecomunicações móveis mundial deverá encarar um déficit de US$ 9,2 bilhões até 2017 em investimentos em backhaul, segundo um estudo da Tellabs divulgado nesta quarta-feira, 13. Esta quantia é avaliada com base em outra pesquisa, da Strategy Analytics, que prevê que as operadoras podem não estar planejando aportes suficientes para atender à demanda de dados: o tráfego já cresceu 13 vezes nos últimos cinco anos e ainda pode crescer cinco ou seis vezes mais até 2017.
Com isso, haverá um déficit também na capacidade do backhaul para sustentar tudo isso em 2017, chegando a 16 petabytes (PB). Com o total calculado em US$ 9,2 bilhões, a Tellabs identifica que cada região precisará de uma quantia específica: Ásia-Pacífico, com 9,4 PB e US$ 5,3 bilhões; Oriente Médio e África com 1,8 PB e US$ 1 bilhão – mesmos números para o Leste da Europa; América do Norte com 1,2 PB e US$ 650 milhões; América Latina e Caribe com 1,1 PB e US$ 600 milhões; e Europa Ocidental e Central com 1 PB e US$ 580 milhões.
A Tellabs afirma que o investimento em backhaul não se adequou rapidamente à mudança de realidade com a chegada de smartphones, atribuindo 50% dos problemas nas redes a essa deficiência na infraestrutura. Para piorar a situação, a complexidade do sistema vai aumentar e as operadoras precisarão suportar redes heterogêneas multifrequências e novos padrões de consumo de dados. Previsões da companhia dizem que as operadoras planejam em média destinar um total de 17,5% dos custos operacionais ao investimento em backhaul, mas isso não seria suficiente.
O estudo diz que investimentos no backhaul poderiam diminuir a taxa de churn entre 4% e 7%. O levantamento informa que, para cada US$ 1 gasto na infraestrutura acima da cota comum de 17,5% em investimentos, operadoras podem proteger US$ 4 da receita. Além disso, as margens operacionais das teles podem crescer 5% caso os investimentos em backhaul consigam atender à demanda.