Você já parou para pensar como o seu computador é bem relacionado? No seu browser Web, basta digitar o nome de qualquer computador existente na Internet, que instantaneamente a conexão é efetuada. Seu computador conhece todos eles. Mas como isto é possível? O seu computador não passa de um velho 486, com 16MB de memória. E a Internet já possui milhões de computadores conectados. Como pode ele conhecer e conversar com todos eles?
O segredo está no DNS, ou Domain Name Service. Este é o protocolo que torna possível que qualquer computador encontre qualquer outro dentro da Internet em questão de segundos (ou muito menos do que isto). O seu computador pessoal faz uma pergunta a um outro computador que por sua vez se encarrega de encontrar a informação que você precisa, também fazendo perguntas a outros computadores.
Mas vamos voltar um pouco mais no tempo, aos primórdios da Internet. Naquele tempo, existiam poucos computadores na Internet (que nem se chamava Internet ainda). Além de existirem poucos computadores, as pessoas que cuidavam destes computadores também se conheciam. E existia uma lista contendo os nomes de todos os computadores existentes. Esta lista na verdade não continha apenas nomes. Ela continha linhas relacionando nomes com números. Isto porque os computadores não se comunicam através dos nomes que possuem e sim por meio de números que lhes são atribuídos. Os chamados números IP (de Internet Protocol, você já deve ter ouvido falar de TCP/IP, não?). Mas é muito difícil memorizar números, nós seres humanos nos lembramos muito mais facilmente de nomes. O que é mais fácil, lembrar-se que o servidor Web da Dicas-L atende pelo nome de www.dicas-l.com.br ou que o seu número IP é 209.135.157.193? Como os computadores só se conhecem pelo numero, criou-se um mecanismo que permitiu a tradução do nome, usado pelos seres humanos que operam os computadores, para o número que os computadores usam em sua comunicação. E começamos com a lista.
A lista era mantida por uma entidade central, que cuidava da distribuição de números aos computadores que se ligavam à Internet. Sempre que um novo computador era adicionado à lista, a nova lista atualizada era distribuída aos administradores dos computadores ligados à Internet. Desta forma, cada computador conseguia se comunicar com todos os demais. Bastava olhar em sua lista. A Internet era então uma típica cidade do interior, todos se conheciam diretamente e os novatos eram apresentados a todos que já faziam parte da comunidade.
É claro que nem tudo dura para sempre. A Internet foi invadida por todos os tipos de pessoas e se tornou uma comunidade virtual, um espelho do mundo real. E o velho esquema de manter a listinha, contendo os nomes de todos os computadores passou a não ser mais viável. Afinal de contas, qual computador tem o poder de consultar uma "listinha" de alguns milhões de linhas sempre que precisasse enviar alguma coisa para outro computador na Internet? Certamente não o seu velho e ultrapassado 486. Precisou-se inventar uma outra maneira de fazer com que os computadores se encontrassem, mesmo sem possuir a tal listinha (que já nem era mais listinha).
Foi então que inventaram o DNS. Com o DNS, abolia-se a centralização da informação. Não existe mais um computador na Internet que conheça todos os demais. O que aconteceu foi que a autoridade sobre a informação foi diluída. Desta forma, não existe mais um dono da verdade, a informação está distribuída por milhares de computadores, que conhecem muito bem apenas alguns computadores. Tomemos o exemplo da Unicamp. Nós temos aqui um computador que tem uma lista de todos os computadores conectados à Internet dentro da Universidade. Qualquer computador na Internet que queira achar algum computador dentro da Unicamp tem que perguntar a este computador. E, desde que o computador procurado exista, ele fornece a informação solicitada. Mas e como chegar até a Unicamp? Novamente não é difícil descobrir. Os projetistas do DNS na verdade nada mais fizeram do que imitar a vida real. Imagine que você esteja em uma cidade grande e deseja chegar até um determinado bairro. Você pára alguém na rua e pergunta: "Como faço para chegar até o bairro X?". O seu interlocutor não sabe, mas te diz para ir até determinado lugar e perguntar novamente. E lá vai você perguntando, até que chega em alguém que sabe lhe dizer onde se encontra o local que está procurando.
A tradução de nomes em números na Internet funciona exatamente da mesma forma. Você configura o seu computador com o nome do servidor de nomes local. E é ele quem vai fazendo as perguntas para você, até obter uma resposta. A resposta pode ser o número IP do computador com o qual você quer se comunicar ou uma negativa, dizendo que o computador procurado não existe.
Mas para entender melhor tudo o que foi dito, vamos analisar o nome de um computador. Vejamos o nome www.infor-net.com. Dá para ver que o nome é composto de cinco componentes:
www + infor-net + com + "."
Isto mesmo, cinco componentes. Embora não pareça, o ".", que a maioria de nós nem se lembra de digitar quando escreve o nome de um computador (e muitos de nós nem mesmo sabemos que este ponto existe) representa o domínio de mais alto nível na hierarquia de nomes de computadores. Então no nome de computadores, a hierarquia mais alta fica à direita, ao passo que a mais baixa fica à esquerda. Isto é fácil de se visualizar. O "." contém os servidores de nomes de mais alto nível, que possuem apontadores para os computadores de nível imediatamente inferior, os domínios geográficos, aos quais pertencem o Brasil (br), Japão (jp), Canadá (ca), Portugal (pt) e todos os demais países. Neste mesmo nível situam-se os domínios com (entidades comerciais), net (de comunicações), org (organizações), edu (educação), gov (governo) e mil (militares). Os domínios de segundo nível apontam para os domínios de terceiro nível. A Dicas-L, por exemplo, está dentro do Brasil. Dentro do servidor de nomes do domínio br existe uma referência ao servidor de nomes da infor-net, que conhece todos os computadores do domínio infor-net.com (só um por enquanto :-)
Agora vamos ver a situação em que alguém deseje encontrar o computador acme.com.br. Ele primeiro faz a pergunta ao seu servidor de nomes local. Este servidor de nomes não conhece o computador acme.com.br. O que faz então? Pergunta a outro, neste caso, aos servidores do domínio ".". Estes servidores de nomes também não conhecem o computador acme.com.br, mas analisando o nome descobrem que este computador está dentro do Brasil (br) e instruem o servidor de nomes local a perguntar aos servidores do domínio br. E lá vai o nosso servidor de nomes perguntar aos servidores do domínio br onde está acme.com.br. Eles (servidores do domínio br) também não sabem, mas sabem que tal computador, se existir, está dentro da empresa chamada Acme. E novamente instruem o servidor de nomes local a perguntar aos servidores de nomes da Acme. Desta vez a resposta é definitiva. O computador acme.com.br existe e o número IP correspondente é 200.200.20.1. Acabou a busca. Não foi tão difícil assim. Para localizar o computador acme.com.br, dentre os milhões existentes na Internet, foram necessárias apenas quatro perguntas (ver Figura 1). Antes que vocês saiam procurando o computador acme.com.br, ele não existe. Utilizei este nome aqui apenas para ilustrar o conceito.
Figura 1
Agora, quando é usado o DNS? Sempre que você usar um programa que usa o nome de um computador o DNS entra em ação. Você está mandando uma mensagem eletrônica para <queiroz (a) dicas-l com br>. O DNS tem que descobrir para você qual o número IP do computador que recebe mensagens destinadas ao domínio dicas-l.com.br. Você está acessando o servidor Web da Disney. Lá vai o DNS novamente buscar a tradução do nome www.disney.com para um número IP. Chat, FTP, e mil outras coisas que você se habituou a usar na Internet, todos fazem uso do DNS.
Por agora você já deve ter visto a importância do DNS no uso dos recursos da Internet. Por isto mesmo não se esqueça que a sua configuração correta é muito importante. A não ser que você saiba de cor o número IP de todos os computadores da Internet, o que é pouco provável. Afinal de contas nem o seu computador consegue fazer isto e ele é muito melhor do que você para memorizar coisas.
Mas eu não vou mostrar aqui como se configura o DNS em um computador. Vou deixar isto para outra oportunidade. E além do mais, este artigo já está ficando muito grande. Se você chegou até aqui, a tentação de pular para outro computador na Internet já deve estar grande. O meu objetivo neste artigo foi justamente mostrar lhe o que é o DNS e para que serve. Espero que tenha alcançado o meu objetivo. E se não consegui, use o DNS de seu computador e me envie uma mensagem. Afinal de contas, estamos todos ligados nesta comunidade virtual, não? Ligados, é claro, desde que o DNS esteja funcionando :-).
O segredo está no DNS, ou Domain Name Service. Este é o protocolo que torna possível que qualquer computador encontre qualquer outro dentro da Internet em questão de segundos (ou muito menos do que isto). O seu computador pessoal faz uma pergunta a um outro computador que por sua vez se encarrega de encontrar a informação que você precisa, também fazendo perguntas a outros computadores.
Mas vamos voltar um pouco mais no tempo, aos primórdios da Internet. Naquele tempo, existiam poucos computadores na Internet (que nem se chamava Internet ainda). Além de existirem poucos computadores, as pessoas que cuidavam destes computadores também se conheciam. E existia uma lista contendo os nomes de todos os computadores existentes. Esta lista na verdade não continha apenas nomes. Ela continha linhas relacionando nomes com números. Isto porque os computadores não se comunicam através dos nomes que possuem e sim por meio de números que lhes são atribuídos. Os chamados números IP (de Internet Protocol, você já deve ter ouvido falar de TCP/IP, não?). Mas é muito difícil memorizar números, nós seres humanos nos lembramos muito mais facilmente de nomes. O que é mais fácil, lembrar-se que o servidor Web da Dicas-L atende pelo nome de www.dicas-l.com.br ou que o seu número IP é 209.135.157.193? Como os computadores só se conhecem pelo numero, criou-se um mecanismo que permitiu a tradução do nome, usado pelos seres humanos que operam os computadores, para o número que os computadores usam em sua comunicação. E começamos com a lista.
A lista era mantida por uma entidade central, que cuidava da distribuição de números aos computadores que se ligavam à Internet. Sempre que um novo computador era adicionado à lista, a nova lista atualizada era distribuída aos administradores dos computadores ligados à Internet. Desta forma, cada computador conseguia se comunicar com todos os demais. Bastava olhar em sua lista. A Internet era então uma típica cidade do interior, todos se conheciam diretamente e os novatos eram apresentados a todos que já faziam parte da comunidade.
É claro que nem tudo dura para sempre. A Internet foi invadida por todos os tipos de pessoas e se tornou uma comunidade virtual, um espelho do mundo real. E o velho esquema de manter a listinha, contendo os nomes de todos os computadores passou a não ser mais viável. Afinal de contas, qual computador tem o poder de consultar uma "listinha" de alguns milhões de linhas sempre que precisasse enviar alguma coisa para outro computador na Internet? Certamente não o seu velho e ultrapassado 486. Precisou-se inventar uma outra maneira de fazer com que os computadores se encontrassem, mesmo sem possuir a tal listinha (que já nem era mais listinha).
Foi então que inventaram o DNS. Com o DNS, abolia-se a centralização da informação. Não existe mais um computador na Internet que conheça todos os demais. O que aconteceu foi que a autoridade sobre a informação foi diluída. Desta forma, não existe mais um dono da verdade, a informação está distribuída por milhares de computadores, que conhecem muito bem apenas alguns computadores. Tomemos o exemplo da Unicamp. Nós temos aqui um computador que tem uma lista de todos os computadores conectados à Internet dentro da Universidade. Qualquer computador na Internet que queira achar algum computador dentro da Unicamp tem que perguntar a este computador. E, desde que o computador procurado exista, ele fornece a informação solicitada. Mas e como chegar até a Unicamp? Novamente não é difícil descobrir. Os projetistas do DNS na verdade nada mais fizeram do que imitar a vida real. Imagine que você esteja em uma cidade grande e deseja chegar até um determinado bairro. Você pára alguém na rua e pergunta: "Como faço para chegar até o bairro X?". O seu interlocutor não sabe, mas te diz para ir até determinado lugar e perguntar novamente. E lá vai você perguntando, até que chega em alguém que sabe lhe dizer onde se encontra o local que está procurando.
A tradução de nomes em números na Internet funciona exatamente da mesma forma. Você configura o seu computador com o nome do servidor de nomes local. E é ele quem vai fazendo as perguntas para você, até obter uma resposta. A resposta pode ser o número IP do computador com o qual você quer se comunicar ou uma negativa, dizendo que o computador procurado não existe.
Mas para entender melhor tudo o que foi dito, vamos analisar o nome de um computador. Vejamos o nome www.infor-net.com. Dá para ver que o nome é composto de cinco componentes:
www + infor-net + com + "."
Isto mesmo, cinco componentes. Embora não pareça, o ".", que a maioria de nós nem se lembra de digitar quando escreve o nome de um computador (e muitos de nós nem mesmo sabemos que este ponto existe) representa o domínio de mais alto nível na hierarquia de nomes de computadores. Então no nome de computadores, a hierarquia mais alta fica à direita, ao passo que a mais baixa fica à esquerda. Isto é fácil de se visualizar. O "." contém os servidores de nomes de mais alto nível, que possuem apontadores para os computadores de nível imediatamente inferior, os domínios geográficos, aos quais pertencem o Brasil (br), Japão (jp), Canadá (ca), Portugal (pt) e todos os demais países. Neste mesmo nível situam-se os domínios com (entidades comerciais), net (de comunicações), org (organizações), edu (educação), gov (governo) e mil (militares). Os domínios de segundo nível apontam para os domínios de terceiro nível. A Dicas-L, por exemplo, está dentro do Brasil. Dentro do servidor de nomes do domínio br existe uma referência ao servidor de nomes da infor-net, que conhece todos os computadores do domínio infor-net.com (só um por enquanto :-)
Agora vamos ver a situação em que alguém deseje encontrar o computador acme.com.br. Ele primeiro faz a pergunta ao seu servidor de nomes local. Este servidor de nomes não conhece o computador acme.com.br. O que faz então? Pergunta a outro, neste caso, aos servidores do domínio ".". Estes servidores de nomes também não conhecem o computador acme.com.br, mas analisando o nome descobrem que este computador está dentro do Brasil (br) e instruem o servidor de nomes local a perguntar aos servidores do domínio br. E lá vai o nosso servidor de nomes perguntar aos servidores do domínio br onde está acme.com.br. Eles (servidores do domínio br) também não sabem, mas sabem que tal computador, se existir, está dentro da empresa chamada Acme. E novamente instruem o servidor de nomes local a perguntar aos servidores de nomes da Acme. Desta vez a resposta é definitiva. O computador acme.com.br existe e o número IP correspondente é 200.200.20.1. Acabou a busca. Não foi tão difícil assim. Para localizar o computador acme.com.br, dentre os milhões existentes na Internet, foram necessárias apenas quatro perguntas (ver Figura 1). Antes que vocês saiam procurando o computador acme.com.br, ele não existe. Utilizei este nome aqui apenas para ilustrar o conceito.
Figura 1
Agora, quando é usado o DNS? Sempre que você usar um programa que usa o nome de um computador o DNS entra em ação. Você está mandando uma mensagem eletrônica para <queiroz (a) dicas-l com br>. O DNS tem que descobrir para você qual o número IP do computador que recebe mensagens destinadas ao domínio dicas-l.com.br. Você está acessando o servidor Web da Disney. Lá vai o DNS novamente buscar a tradução do nome www.disney.com para um número IP. Chat, FTP, e mil outras coisas que você se habituou a usar na Internet, todos fazem uso do DNS.
Por agora você já deve ter visto a importância do DNS no uso dos recursos da Internet. Por isto mesmo não se esqueça que a sua configuração correta é muito importante. A não ser que você saiba de cor o número IP de todos os computadores da Internet, o que é pouco provável. Afinal de contas nem o seu computador consegue fazer isto e ele é muito melhor do que você para memorizar coisas.
Mas eu não vou mostrar aqui como se configura o DNS em um computador. Vou deixar isto para outra oportunidade. E além do mais, este artigo já está ficando muito grande. Se você chegou até aqui, a tentação de pular para outro computador na Internet já deve estar grande. O meu objetivo neste artigo foi justamente mostrar lhe o que é o DNS e para que serve. Espero que tenha alcançado o meu objetivo. E se não consegui, use o DNS de seu computador e me envie uma mensagem. Afinal de contas, estamos todos ligados nesta comunidade virtual, não? Ligados, é claro, desde que o DNS esteja funcionando :-).